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178) Movimento dos céticos contra homeopatia pode cometer crime se consumir medicamentos sem prescrição em praça pública

Ação atinge uma das políticas públicas de saúde adotadas em nosso país

“Um ato de irresponsabilidade contra a saúde pública que pode ser impedido pelas autoridades, tanto sanitárias quanto da segurança”, diz a presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH), Márcia Gutierrez, sobre o ato do movimento dos céticos contra a homeopatia que vai tomar medicamentos sem prescrição médica na Praça Benedito Calixto no sábado pela manhã para tentar comprovar que eles são ineficazes.

A idéia é demonstrar que não há qualquer reação adversa e que por isso, tais medicamentos não têm eficácia.

De acordo com a lei penal, este ato pode configurar crimes de indução ao suicídio, infração de medida sanitária preventiva e incitação ao crime.

Até respeitamos a manifestação de opinião deles, mesmo sem qualquer fundamento, mas não vamos ficar olhando passivamente alguém ou um grupo induzir outras pessoas a fazer esta insanidade, algo até ilegal, declarou a dirigente da ABFH.

A entidade está oficiando os órgãos sanitários da capital paulista e do Estado de São Paulo para que tomem todas as providencias cabíveis.

Outras instituições estão sendo estimuladas a se manifestar em conjunto, como a Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, o CRF-SP – Conselho Regional de Farmácia, CRM – Conselho Regional de Medicina, e outras entidades de médicos e farmácias ligados à homeopatia.

Queremos alertar sobre os riscos deste tipo de evento, diz a presidente da ABFH. “A prática proposta por esse grupo torna-se perigosíssima à saúde dos manifestantes, tendo em vista que os medicamentos homeopáticos devem ser tomados observando as prescrições e recomendações médicas, podendo desenvolver em pacientes, sensíveis a eles, uma série de sinais e sintomas peculiares ou mesmo agravação de sintomas de enfermidades pré-existentes.

Também a prática proposta pode levar insegurança e pânico aos milhares de pacientes que no Brasil e no mundo fazem uso da homeopatia como escolha terapêutica e que influenciados por este episódio poderão optar pela interrupção do tratamento vigente expondo-os também a sérios riscos de comprometimento de seu estado saúde.

Esta faceta do movimento dos céticos nasceu na Inglaterra por conta da disputa comercial por verbas públicas destinadas à compra de medicamentos.

Partidários dos laboratórios farmacêuticos conseguiram proibir que o contribuinte inglês usasse o direito de restituição de gastos com medicamentos nos tratamentos homeopáticos.
Uma briga que envolve quantia de quatro milhões de libras ano.

O resultado deste jogo de interesses estimulou a exportação da disputa para outros países, entre os quais o Brasil.

Primeiro, com informações e matérias para quebrar a credibilidade da homeopatia, todas sem fundamento.

A forma como se manifestam agrada a mídia. A atitude deles é a oposta do perfil da homeopatia em todo o mundo, discreta e profissional.

Tanto que os estudos sobre a eficácia dos medicamentos homeopáticos são divulgados quase que exclusivamente no âmbito científico, médico e farmacêutico.

Isto acontece para impedir que tais medicamentos sejam vistos como panacéias.

O respeito construído por informações sólidas ao longo dos anos fez a farmácia de manipulação brasileira, na qual a homeopática se insere, construir um sistema de atendimento que tem por bases a legislação e inspeção sanitária mais rígida do mundo, a utilização de insumos com altos níveis de controle de qualidade, uma dispensação ativa de medicamentos inspiradora de regulamentação sanitária para todo tipo de farmácia.

Os médicos adeptos da manipulação de medicamentos e da homeopatia, em particular, são em sua grande maioria aqueles que se recusam a descumprir o principio ético de se valer de todos os recursos ao alcance da medicina para propiciar o melhor tratamento aos seus pacientes.

As evidencias demonstram que esta postura bate de frente com os interesses de setores do mercado.

A prescrição de medicamentos manipulados alopáticos, homeopáticos e fitoterápicos é reconhecido por autoridades de saúde pública em todo o mundo e constam dos protocolos médicos e farmacopéicos como a Farmacopéia Brasileira.

E suas formas de elaboração são tão rígidas quanto à da indústria, seu índice de problemas com o consumidor é menor do que a indústria farmacêutica, não tem a frequente interdição de lotes como pode ser visto regularmente na ANVISA, e passa bem longe do nível de problemas detectados nas redes de farmácia que vendem medicamentos industriais.


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inserido em 04/02/2011.

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